Caminho da Fé

dia 13 de junho de 2012, após muito tempo de consideração sobre o Caminho da Fé, resolvi numa distração de minha companheira, pegar um ônibus na rodiviária Novorio diretamente para Poços de Caldas onde cheguei as 05h40min, embarquei em outro ônibus para Águas da Prata, muito facilmente as 06h30min já me encontrava em frente a sede do caminho, que fica nos fundos(ou será na frente) da pequena rodoviária, não demorou e uma funcionária chegou com sua motoneta para iniciar as atividades do dia no albergue de peregrinos, depois  de um café com leite e um pão com manteiga na padaria em frente, me dirigi para albergue afim de pegar minha credencial e iniciar de imediato meu caminho, Conversando com a hospitaleira da pousada, sobre a dificuldade de conciliar o sono durante a viagem, fui aconselhado a repousar aquele dia no albergue e só iniciar meu caminho no dia seguinte, e que ela estava aguardando um casal que viria do interior de São Paulo e ficaria aquele dia no albergue e começaria a caminhada no dia seguinte também, resolvi aceitar a sugestão, descansei aquele dia em Águas da Prata, um pouco antes do almoço chegou o casal; Ivan e Maria, depois das apresentações fomos almoçar e por as coisas em ordem, dia seguinte as 06horas, o café já na mesa, fizemos o desjejum e agradecemos o excelente atendimento para em seguida por o pé na estrada. Serão 322 km até Aparecida do Norte.

Tina,Maria e Ivan

Tina,hospitaleira em Águas da Prata 

Tive muita dificuldade com a mochila pesada e a topografia do terreno, la pelos 25 km de caminhada já estava sentindo o esforço despendido e a partir dai só contava com minha teimosia em continuar, decorridos 34 km,cheguei extenuado ao hotel palace (Andradas-MG), tomei um banho quente, e fui jantar em seguida, comprei um dorflex, tomei e fui dormir, pela manhã comentei com atendente que havia chegado destruido no dia anterior e ele comentou que eu até que cheguei bem, pois muitos chegavam e perguntavam onde ficava a rodoviária. Assim foram todos os estágios desta caminhada, não tem  trecho fácil ou leve, o grau de dificuldade é alto; então aconselha-se uma preparação física adequada e fortes orações (glorias e louvores sejam dados a todo momento).

          

bar da Zeti e a própria

sobre as pousadas pelo Caminho da Fé, de modo geral, apesar de modestas, são acolhedoras e cumprem bem seus propósitos, e com o tempo suas hospitaleiras vão se tornando pessoas emblemáticas do caminho,como são emblemáticos os sr Maurão de Inconfidente e a Zeti em Crisólia, a d.Zezé em Estiva, d.Elza em Consolação, d.Inês em Luminosa,d.Terezinha em Tocos de Mogi..
os senões ficaram por conta de circunstâncias incontornáveis, que deve ser levados em consideração por futuros peregrinos:
- a pousada Poka de Estiva foi a mais acolhedora e chique, mas em compensação ficando em cima de

uma panificação, depois de 1:00 da manhã o padeiro começa a trabalhar e a maceira da uns tranco que parecem alguém arrastando uma cama de casal, minha sorte é que devido ao cansaço, bem cedo já estava na cama, de modo que quando o padeiro que mais parecia um pica-pau começou com sua atividade eu já tinha dormido um pouco... uma pena, era uma pousada bem confortável.
- A pousada da d.Elza, em Consolação fica em frente a igreja, que toca o bendito sino de hora em hora durante toda a noite... pra que? o quitute de d.Elza é gostoso.e as acomodações atende legal.
- d.Terezinha em Tocos de Mogi, é uma boa pousada, e o local muito bom para descansar. Almocei no restaurante Beira Rio, comida boa e baixo custo, bom atendimento.

Seu José,Peregrino e D.Inêz 

- d.Inêz, tem cacho de banana pendurada, tem abacate tirado do pé na hora e tem refresco de limão galego...tem um grande banco em frente a propriedade, onde no silêncio da tarde avista-se o povoado de Luminosa no fundo do vale.
- em Paraisópolis a pousada da praça é o que há de melhor , estilo casa de fazenda tudo muito limpo e acolhedor, fiquei num dos aposentos em um anexo nos fundo da pousada, muito silêncio. É uma cidade já de um certo porte, almocei num restaurante ao lado da pousada, comida boa e bom preço.
ainda em Paraisópolis, depois de 12km de caminhada chegamos na pousada vó Maria, onde ficamos aquele dia, muito bem recebidos pelo casal de hospedeiros; Rogério e Lucia, no bairro cantagalo.

Mauro da pousada,peregrino e Maurão (Inconfidentes)

- Minha programação de ficar em Ouro Fino, não deu certo, quando cheguei na cidade já não havia mais vagas no hotel caiçara, e o casal que havia chegado na minha frente, procurou nas possíveis pousadas na cidade e nada, quase duas horas depois deles, cheguei na cidade e me avisaram que não havia opção de hospedagem no lugar, por conta de um evento que lotou todas a acomodações, devido ao adiantamento das horas almocei ajantarado e tomei um taxi até a Pousada Caminho da Fé, em Inconfidentes, que estava com quase a totalidade de suas acomodações ocupadas por conta do evento de Ouro Fino. Pousada boa, bom atendimento.  com exceção de um galo ao lado da pousada, que tinha um problema na voz, cantava estranho e alto, a partir das 3:00 horas, espero que já o tenham levado a um fonoaudiólogo.Fui fazer uma visita ao Maurão, há Mauros que vem para o bem, figura simpática, um ícone do caminho.

Pousada Barão Montez; Natalicia,Maria,Marcio e Andarilho 

- depois da d.Inêz, chegamos em Campista e ficamos na Pousada Barão Montêz, almoçamos, tomamos cafe com leite e bem a noitinha tomamos uns caldos quente, o hospitaleiro e sua colaboradora nos recepcionaram muito bem, tem onde secar a roupa, as acomodações são boas, vale a hospedagem.   

Pousada em Campos de Jordão

- Campos de Jordão, o albergue é de primeiro mundo, tem toda infra estrutura para o caminhante.a cidade dispensa comentário, tem um comercio variado, muitos restaurantes e padarias para lanche. A chegada até a pousada é um pouco confusa e o transito é caótico (muitos turistas de São Paulo),os hospitaleiros;d.Marilda e seu Mário são muito agradáveis e sempre dispostos a conversar e tirar dúvidas, que aqui são muitas, até porque já estamos na reta final e a ansiedade da chegada já começa a se estabelecer.

A CAMINHADA:

PEDRA DO SINO

na 3ª feira de carnaval de 2012, estava em Teresópolis, na casa de um filho, e apesar da tranquilidade, perseguido pela dívida de subir a Pedra do Sino, que já acalentava há algum tempo,propus fazer a caminhada no dia seguinte no que foi aceito imediatamente pelo meu companheiro de algumas trilhas; Entramos na trilha as oito horas levando barra de cereais, pão com mortadela, laranja e água. o caminho é tranquilo, longo mais de pouca inclinação, devido ao uso intenso esta bem remarcada pelas botas e tenis, após uma hora de caminhada encontramos a cachoeira"veu da noiva", e uma bela IARA, se banhava naquela água muito fria, que fiz questão de molhar minhas mãos para avaliar a temperatura da água, pensei: mulher de coragem.Após mais uns quilômetros paramos para o primeiro pão com mortadela e uma laranja. Maravilhoso os sons da floresta e para qualquer lado que se olhe, agrada a vista, na subida em vários pontos avista-se a cidade Teresopolis. Passamos por alguns caminhantes que haviam dormido no abrigo; é muito comum as pessoas fazerem este programa em dois dias,dormindo no abrigo afim de curtir o por e o nascer do sol, e ainda tornar mais suave a caminhada.Chegamos no abrigo quatro as 12:45 horas, lá ainda havia muitos montanhistas e alpinistas que passaram a noite abrigados, demos uma parada para conhecer, um papo rápido com alguns e seguimos mais uns vinte minutos até a sonhada Pedra do Sino,a partir daqui termina a vegetação de floresta e começa a vegetação rasteira típica de altitude,a "pedra" esta a 2.275 metros, chegamos a base da pedra, ventava muito e uma neblina ameaçadoura se fazia presente, como se fosse dominar todo o ambiente. Daqui pra frente o caminho é pela rocha e não demarcado nitidamente,por isso é perigoso perder a orientação na presença de neblina, muito comum nesta região o ano todo, passamos por uma dupla de caminhantes; um rapaz de seus dezoito anos e um senhor de seus cinquenta: pai e filho,talvez, como nós dois; o rapaz me chamou a atenção pra falta de sinalização, dizendo que havia perdido a subida e seguido em direção a Petropolis, e que havia feito flexas na rocha, riscando com outra pedra, sinalizando a subida da "pedra", agradecemos a gentileza, e de fato se não houvesse esta orientação íamos ficar perdidos naque trecho. Porque o IBAMA, através o ICMBio, não manda pintar umas flexas amarelas na rocha, aumentando a segurança naquelo trecho? Todo parque, e toda trilha é sinalizada com flexas amarelas.
Paga-se:
trilha R$ 16,50,
estacionamento R$ 5.00
entrada R$ 4.00,
observa-se um grande número de funcionários no parque. Não haverá uma unica mão santa para pintar meia duzia de flexas amarelas?
- Voltando a caminhada: chegamos no marco da "Pedra do Sino" ventava muito, fazia frio e aquela ameaça da neblina que chegava, nos aconselhava a algumas fotos e dar meia volta. Voltamos, paramos no abrigo quatro, fizemos nosso pão com mortadela, assinamos o livro de presença, conversamos mais um pouco e as duas horas, começamos nosso caminho de volta,  no quarto final do caminho estavamos cansados, o meu filho reclamava de bolhas nos pés, dizendo que nunca tinha estado com os pés tão maltratados em toda sua existência paramos na cachoeira "veu da noiva" tirei o tenis e as meias, mergulhei os pés naquela milagrosa água gelada, que doi, mas me devolveu o vigor para finalizar a trilha exatamete as 17:00 horas.Fiquei dois dias com os músculos das coxas doloridos pelo esforço, mas foi muito legal. se algum dia aparecer a oportunidade de fazer esta caminhada... não perca.
http://www.youtube.com/watch?v=clYGR8KViTQ&list=UUVhIBLjRYuNO5ZfVIciZsVQ&index=1&feature=plcp